"É terça-feira à noite e estou em casa. Cheguei há vinte minutos e estou a ver o correio. Quando abro uma conta, fico irritadíssimo. Por alguma razão, não gosto de pagar as contas. Costumo adiar até ao último momento possível, geralmente depois de passar o prazo. Não é que eu não as possa pagar - posso - o problema é que entro em pânico quando sou confrontado com uma responsabilidade. Não estou habituado a regras e a coisas estruturadas e, por isso, é-me difícil manter o telefone ligado e a electricidade sem estar cortada. Meto todas as contas dentro de uma caixa que guardo ao lado do fogão. As cartas pessoais e os postais são guardados na minha secretária, no espaço entre o computador e a impressora." Augusten Burroughs, A seco, tradução de Duarte Sousa Tavares, Contraponto, Lisboa, 2008 Este é o maior ensinamento da literatura, dos romances, da poesia, do rock n'roll, ver que não sou o único. 🤐