Rasccunhho

Meu amor está a chegar, meu amor vem de Zurique, eu p'ra’qui a stressar, e seu nome é só Enrique. Meu amor é espanhol, seu apelido é paixão, dá um pouco mais de sol, e lá vai ele de avião. Meu amor vem de viagem, grande como a sua alma. Preciso d'o amar com calma antes de m'ir a outra paragem. Meu amor já aterrou, apesar do atraso previsto, se já não o houvesse visto, acharia que me deixou. Meu amor, meu amorzinho, tão leve como um passarinho mais leve, leve inda é este nosso amor d’aviãozinho.  Meu amor está a chegar, meu amor vem de Zurique eu p'ra’qui a stressar, meu amor é só Enrique. Meu amor é espanhol, seu apelido é paixão, dá um pouco mais de sol, e lá vai ele de avião.  

Como dizia o grande Guilherme de Melo, a maioria das pessoas aceita os "gays" (e os outros queer em geral) que vão ao encontro dos seus preconceitos e estereótipos serôdios. Antes era aceite o gay exageradamente "amaricado", cabeleireiro, esteticista e piadolas, decorador rico da Boavista, da Foz e da linha Cascais-Estoril-Lapa. Hoje, também é  "tolerado" (horrenda palavra) o gay bonitinho, que "até nem  parece" e nunca envelhece, bom filho, que cuida do corpo no ginásio para "parecer bem straight", com camisola cor de garrafa e com letras garrafais CONVERSE, ligeiramente atleta, e óculos Kenzo ou o raio que o parta, tem uma ou duas amigas com quem tira muitas selfies amorosas, às vezes até, por fétiche ou medo de perder a casa dos papás como herança, volta a ser outra vez bom e agora trendy, de Braga a Lisboa, papá e chefe de família, vai para o engate à sexta à noite, mas não falta à missinha ao domingo de manhã, para, à boa mane