Ah! Minha Dinamene!



        Hoje, belo dia de primavera e de poesia: os turistas mundiais que aportam e passam neste Porto, instagramers e instalados no sistema neoliberal, olham de soslaio, com estranheza e ar de superioridade moderninha, a mesa de esplanada do pobre poeta portuense com livros estranhos (como O Programa Minimalista de Noam Chomsky!) e objetos de escrita bastante analógica para o ar dos tempos. 
      No entanto, faço uma aposta.
    Daqui a um bom par de anos, quando o escriba for um poeta lírico, i.é., morto, rico e famoso, fazem-lhe uma estátua em frente à confeitaria, em frente ao Camões, ao lado da Dinamene, e sacam milhares de selfies com ele (“Ah! Minha Dinamene! Assim deixaste"). É a grande esperança para mim hoje, dia de primavera e poesia. Como diria o Super Camões a propósito da grande bebida do Grande Capital, Primeiro estranha-se, depois entranha-se.

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